terça-feira, 31 de agosto de 2010

Sapo do tamanho de uma ervilha


Um dos menores sapos do mundo, e o menor já visto fora da América do Norte e do Sul, foi descoberto nas florestas da ilha de Bornéu do Sudeste Asiático.
Os anfíbios, do tamanho de ervilhas, foram encontrados perto de uma montanha em Kubah National Park.
Um dos descobridores do animal (Microhyla nepenthicola) disse que viu alguns espécimes em coleções de um museu que tinham mais de 100 anos. Ele acha que os cientistas presumivelmente pensavam que aqueles eram sapos juvenis de outras espécies, e não que eles são os adultos destamicro espécie recém-descoberta.
O mini sapo foi nomeado em homenagem a planta da qual depende sua sobrevivência, a Nepenthes ampullaria, uma das muitas espécies de plantas carnívoras em Bornéu. Estas plantas têm forma de jarro, cavidade aberta e crescem em florestas úmidas e sombrias. As rãs depositam seus ovos nas laterais do jarro, e os girinos crescem no líquido acumulado no interior da planta.
Os machos da espécie tem cerca de 10,6 a 12,8 milímetros de comprimento. Foi muito difícil encontrá-los, justamente por causa desse tamanho minúsculo. Os animais foram monitorados pelo “barulho” que fazem. Seu canto normalmente começa ao entardecer; os machos se recolhem para dentro e ao redor das plantas carnívoras. Eles “cantam” uma série de duras notas ásperas que duram poucos minutos, com breves intervalos de silêncio. Esta sinfonia vai até o pico do sol nas primeiras horas da noite.
Os anfíbios são o grupo mais ameaçado de animais no mundo, sendo que um terço deles está em perigo de extinção. Eles oferecem serviços importantes para os seres humanos, como controlar as populações de insetos que disseminam doenças e causam danos as plantações e ajudar a manter os sistemas de água doce saudáveis.
Os anfíbios são muito sensíveis a mudanças no seu meio, então os pesquisadores esperam que a descoberta destes sapos em miniatura os ajude a compreender que mudanças no ambiente global estão tendo um impacto maior sobre esses animais.
A Conservação Internacional já lançou uma busca em todo o mundo para os chamados “anfíbios perdidos”, espécies que não são vistas em vários anos e que podem estar extintas.

 [OurAmazingPlanet]

O instinto animal pode ser genético


Você já pode ter se perguntado se animais clonados têm instintos. Segundo pesquisadores de espécies clonadas, sim, os clones sãoanimais com instintos selvagens. Eles mordem e arranham, e o certo é tratá-los usando luvas e redes.
Os pesquisadores clonam gatos selvagens africanos, usando gatosdomésticos como mães de aluguel para os embriões. A mãe até pode acalmar os gatinhos, mas sua influência não dura muito. Os investigadores dizem que eles não são tão ariscos e não lutam tanto no começo, mas quando você os leva para longe dos gatos domésticos, especialmente depois da sua puberdade, o comportamento agressivo de sobrevivência dos animais surge.
Os clones são cópias genéticas exatas de uma outra criatura. Segundo cientistas, os comportamentos que tornam os gatos selvagens africanos caçadores bem-sucedidos na savana são, fundamentalmente, possíveis graças à ativação do gene certo na hora certa.
O gato selvagem cujo DNA disser o quanto antes ao seu cérebro “Coma aquele rato do campo” vai ter uma chance melhor de sobrevivência e reprodução. Desse modo, seus descendentes vão herdar essa característica e automaticamente expressar o mesmo comportamento de sobrevivência.
Os pesquisadores acreditam que tais genes também passam quando você clona um animal. Esse é um forte argumento de que os instintos são pelo menos parcialmente genéticos. Assim, se os cientistas clonassem um tigre dente de sabre, ele não acabaria em um show mágico de Las Vegas; provavelmente, simplesmente arrancaria seu braço fora. 
[POPSCI]

domingo, 29 de agosto de 2010

Quando seu cão está contra o mundo

É um lindo dia de primavera, mas você está com os olhos vermelhos e lacrimejantes. Sente até mesmo uma leve coriza. Enquanto isso seu cão senta-se no tapete mascando as patas e se coçando sem parar. Ele se lambe e se coça tanto que você não consegue nem dormir. Qual dos dois tem alergia ? A resposta é: ambos.

As causas da alergia nos seres humanos e animais são muito semelhantes, mas a manifestação dos sintomas da alergia são bastante diferentes. Enquanto que nas pessoas, os sintomas mais comuns das alergias são de natureza respiratória ou nasal, tais como bronquites e rinites acompanhadas ou não de coriza. Nos animais e principalmente nos cães, a principal característica da alergia são problemas relacionados com a pele. O animal alérgico se coça sem parar e, na maioria dos casos, esta coceira leva ao aparecimento de inúmeras outras doenças de pele que tornam tanto o diagnóstico quanto o tratamento uma tarefa bastante difícil e demorada.

De uma maneira geral, o animal começa a manifestar os primeiros sintomas da doença alérgica a partir de um ano de idade, podendo, em alguns casos especiais, se manifestar com idades de 4 ou 6 meses. Qualquer animal de qualquer raça pode desenvolver a doença alérgica de pele, mas em algumas raças as alergias aparecem com mais frequência, principalmente devido a fatores de ordem genética. Dentre as raças mais predispostas podemos citar: o Cocker Spaniel, Rotweiller, Akita, Retriever do Labrador, Golden Retriever, Poodle, dentre outras.

O sintoma mais característico do início da doença é o animal lambendo ou mascando as patas e roçando o corpo contra móveis, paredes ou debaixo da cama. Com a evolução do processo e dependendo da gravidade dos sintomas ou da ocorrência de outras doenças de pele, estes animais começam a coçar o corpo todo, podendo levar ao aparecimento de feridas localizadas ou espalhadas pelo corpo. Estas feridas quase sempre se contaminam com as próprias bactérias existentes nas patas e na pele do animal, fazendo com que o processo se espalhe pelo corpo todo.

O QUE CAUSAM AS ALERGIAS ?

As alergias resultam de um sistema imunológico que, em um certo sentido, está atuando de maneira excessiva quando encontra com uma substância que para a maioria dos animais ou pessoas não constitui um problema. Estas substâncias (e são milhares delas) tem a denominação científica de alérgenos. Como exemplo, podemos citar um animal que entra em contato com uma substância tão inofensiva quanto pólen de flores. Este simples contato em um animal alérgico, vai iniciar uma reação em cadeia que envolve várias partes do sistema imunológico, levando o animal a se coçar sem parar.

De alimentos a pulgas, passando por pólen de flores ou árvores, grama, tecidos, carpetes, mofo e bolores, pó caseiro, fumaça de tabaco e inúmeras outras substâncias, estes animais podem se tornar alérgicos a absolutamente qualquer coisa, chegando em muitos casos a levar os animais e proprietários a uma situação desesperadora. Somente quem tem ou já teve um animal nesta situação, pode avaliar a veracidade do que estou falando.
As doenças alérgicas podem ser confundidas com outras doenças, como a dermatite seborreica (caspa), piodermites que são infecções na pele causadas por bactérias, sarna sarcóptica ou demodécica, também conhecida como sarna negra e muitas vezes estas doenças podem aparecer associadas com a alergia propriamente dita.
QUANDO OS PROPRIETÁRIOS DEVEM COMEÇAR A DESCONFIAR QUE SEU ANIMAL É ALÉRGICO ?

Basicamente, o animal alérgico se coça sem motivo aparente. Este fato vai depender de inúmeros fatores e está diretamente relacionado às substâncias às quais o animal é sensível. Por ex.: Se o animal é alérgico a pólen de árvores ou flores, os sintomas vão se tornar mais visíveis na primavera. Se as causas da alergia estiverem dentro de casa, tais como: poeira, ácaros, tecidos ou alimentos, provavelmente estes sintomas se manifestarão durante todo o ano.

COMO SE DIAGNOSTICAM AS DOENÇAS ALÉRGICAS
Até muito pouco tempo atrás, diagnosticar com precisão as causas da alergia era uma tarefa muito difícil que envolvia muito trabalho e perseverança por parte dos Médicos Veterinários. E mesmo com todo este trabalho, na maioria das vezes não se conseguia chegar a um diagnóstico preciso.

A aproximadamente 9 anos, foi desenvolvido primeiramente nos Estados Unidos e depois em vários outros países, um teste bastante sensível que consegue diagnosticar as causas da alergia através de um exame de sangue. Este teste é muito sofisticado porque consegue detectar uma proteína chamada IgE, presente em minúsculas quantidades no sangue e que pode estar aumentada nos animais que sofrem de doenças alérgicas. Por exemplo: se um animal é alérgico a pulgas, ele vai ter esta proteína chamada IgE contra pulgas, presente em um nível aumentado no sangue. O mesmo ocorre se o animal é alérgico a várias outras substâncias. Sendo assim, a aplicação deste teste vem revolucionando o diagnóstico da alergia, em todos os países onde ele vem sendo aplicado, auxiliando em muito o trabalho dos Médicos Veterinários que se dedicam a esta especialidade.

E QUAIS SÃO OS TRATAMENTOS DISPONÍVEIS PARA CURAR A ALERGIA?
O melhor tratamento para as doenças alérgicas é simplesmente evitar as causas da alergia. Na maioria dos casos, retirar do ambiente todas as possíveis causas da alergia se torna uma tarefa praticamente impossível. Os medicamentos a base de corticóides são largamente utilizados para diminuir a inflamação e consequentemente aliviar a coceira. O uso prolongado destas substâncias, principalmente aquelas aplicadas por via injetável, pode causar sérios problemas colaterais tanto a médio como a longo prazo. Uma ótima alternativa que vem sendo cada vez mais utilizada para controlar estes sintomas, são as vacinas preparadas individualmente de acordo com os resultados dos testes para o diagnóstico da alergia. A este método de tratamento damos o nome de HIPOSENSIBILIZAÇÃO ou IMUNOTERAPIA e consiste na aplicação de extratos altamente purificados das substâncias às quais o animal é sensível, durante um tempo bastante prolongado que pode variar de 9 meses a 3 anos. O tratamento injetável é aplicado em concentrações progressivas, aumentando o nível de tolerância do animal às substâncias que causam os processos alérgicos, diminuindo os sintomas progressivamente e fazendo com que o animal viva mais confortavelmente no seu ambiente, isto sem causar nenhum dos efeitos colaterais da utilização prolongada dos corticóides. A melhora no estado clínico é observada, na maioria dos casos, após 3 a 5 meses do início do tratamento, em que nesta fase, as injeções são aplicadas somente uma vez ao mês. Os efeitos colaterais são extremamente raros e, caso alguma reação venha a ocorrer, é temporária e não apresenta nenhum risco de vida ao animal.

Nunca podemos esquecer que as doenças alérgicas na maioria das vezes estão associadas à várias outras doenças de pele, e o tratamento destas outras enfermidades são fundamentais para o sucesso da imunoterapia.

O LABORATÓRIO CEPAV, o maior centro de Diagnósticos Laboratoriais do país, implantou a 5 anos esta tecnologia no Brasil. Através deste teste, avaliamos as possibilidades do animal ser alérgico para um painel de 61 substâncias e 23 tipos de alimentos dentre os mais consumidos pelos animais de estimação e através deste diagnóstico são preparadas as vacinas para o tratamento por imunoterapia. Hoje já são mais de 200 profissionais de Norte a Sul do Brasil que estão se utilizando desta técnica e que vêm beneficiando centenas de pacientes das mais diversas raças.

[Saúde Animal]

O perigo do ovo cru

Imagine a seguinte situação você está em um aniversário onde é servido salpicão (ou qualquer outra comida com maionese), algumas horas depois todos na festa começam a adoecer e são levados a um hospital. Essa situação todo mundo já conhece o que muita gente não sabe é que o vilão por isso é o ovo cru que é um dos ingredientes da maionese caseira, e que é responsável pela salmonelose, doença que causa: diarréia, vomito e febre muito forte e pode ser fatal em crianças, idosos e pessoas imunodeprimidas. A salmonelose é causada por uma bactéria e esse microorganismo está presente no trato intestinal das aves, contaminado os ovos no momento da postura devido a rachaduras na casca. Evitar a contaminação é muito difícil o que pode ser feito é cozinhar o ovo já que temperaturas acima de 65 elimina a bactéria, já no caso da maionese é recomendado não consumir as caseiras somente as industrializadas (cuidado com as lanchonetes dê preferência a maionese em sache), com isso podemos evitar essa doença que pode ser muito perigosa.


[EticaVet]

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Cheirando perigo


Compreensão da resposta inata a odores servirá no futuro para desenvolver intervenções terapêuticas em casos como síndrome do pânico ou estresse pós-traumático
Animais conseguem cheirar a presença de potenciais predadores por meio da detecção de sinais químicos que sinalizam perigo. Essa percepção do odor do perigo permite uma série de ações premeditadas, como o afastamento físico ou avaliação do risco, garantindo a sobrevivência da presa.
Camundongos expostos a predadores naturais, como gatos ou serpentes, exibem um repertório de comportamentos que se assemelham ao “medo” em humanos. Interessante notar que a presença do odor dos predadores já é suficiente para estimular esse mecanismo em camundongos, sugerindo que o sistema olfativo tem papel fundamental nesse processo.
crédito da imagem: Mauricio Duenas / AFP (9-9-2008)
crédito da imagem: Mauricio Duenas / AFP (9-9-2008)
Um experimento clássico mostrou que camundongos tendem a ficar a maior parte do tempo isolados no canto da gaiola oposto a uma estopa molhada com urina de gato. Além disso, níveis hormonais de estresse aumentam nesses animais. Esse comportamento defensivo de repulsa reproduz-se com odores de outros predadores, como serpentes ou ratos. O fato de que essas observações tenham sido reproduzidas em camundongos de laboratório, nunca expostos a predadores naturais, sugere que a resposta aos odores é inata ou instintiva, e não aprendida durante a vida do animal. Também conclui-se que a organização dos circuitos neuronais responsáveis por esse comportamento é programada geneticamente.
Um defeito que cria coragem
No entanto, a contribuição dos órgãos olfativos, a natureza química dos odores e a identidade dos neurônios sensoriais envolvidos nesse tipo de comportamento eram desconhecidos. Mas uma observação feita pelo brasileiro Fabio Papes, membro de um grupo de pesquisa do Instituto Scripps de San Diego, na Califórnia (EUA), trouxe uma contribuição valiosa para esse processo fundamental. O trabalho foi publicado recentemente numa das mais prestigiosas revistas científicas (Papes e colegas, Cell 2010).
Papes percebeu que camundongos geneticamente alterados e defectivos em uma região do olfato conhecida como órgão vomeronasal (VNO) não evitavam a presença de predadores no mesmo ambiente. Na verdade, até procuravam uma interação investigativa, correndo risco de vida. Veja bem, isso acontecia mesmo na presença funcional de outros sentidos, como o sistema visual. Concluiu-se que o VNO seria então a região do olfato responsável pelo comportamento instintivo de medo do predador natural. O grupo de pesquisadores decidiu então encontrar qual a natureza dos odores dos predadores.
Focou-se primeiramente na urina de rato como material primário. Fracionaram-se os componentes da urina até encontrar o principio ativo, chamado de Mup13. A síntese química de proteínas Mup13 recombinantes em laboratório mostrou-se tão eficaz na indução de medo nos camundongos quanto o componente natural. Além disso, descobriu-se que a Mup13 estimulava uma classe específica de neurônios olfativos, ativando diversas regiões relacionadas ao olfato no cérebro de camundongos.
O grupo também isolou a proteína homóloga à Mup13 na urina de gatos, conhecida como Feld4. A ideia era entender como os receptores olfativos haviam evoluído para reconhecer uma variedade de predadores. (Interessante que camundongos também produzem uma proteína semelhante à Mup13 na própria urina, mas estaria envolvida com a agressividade entre animais machos.)
As proteínas de rato/gato e camundongo são relacionadas evolutivamente, mas não induzem exatamente ao mesmo comportamento (medo x agressão). Isso acontece porque elas não estimulam necessariamente os mesmos neurônios olfativos, sinalizando comportamentos distintos para o cérebro. Essa parece ser a solução molecular encontrada pela natureza para lidar com a evolução de detectores moleculares específicos de cada espécie.
Aplicações
Como líder de seu próprio grupo de pesquisa, Papes deve focar suas atividades em descobrir mais detalhes sobre como os sistemas sensoriais são interpretados pelo cérebro e traduzidos em comportamento. As bases neurais dessas redes nervosas servirão, num futuro próximo, para possibilitar intervenções terapêuticas em alguns distúrbios neurológicos, como a síndrome do pânico ou estresse pós-traumático.
Fabio Papes é hoje professor de genética da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Foi lá mesmo, em Barão Geraldo, que nos conhecemos durante a graduação de ciências biológicas. Apesar de ter sido meu “bicho” (calouro), Papes nunca apresentou qualquer reação de medo a feromônios veteranos e trilhou uma carreira invejável. Ao meu ver, Papes é um dos principais representantes de uma nova geração de neurocientistas brasileiros com potencial para causar um impacto transformador na ciência nacional.  

[Coluna do G1]

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Mito: gatos de pelagem escura causam mais alergia do que os claros?


Os gatos, independente da cor do seu pêlo, são uma das mais comuns causas de alergia – eles afetam o dobro de pessoas do que os cachorros.
As “fontes” da alergia não são apenas os pêlos dos felinos, já que a urina e a saliva do bichano também podem provocar reações. No entanto, alguns cientistas suspeitam que, quanto mais escuros forem os pêlos do gato, maior é a chance de ele causar alergias. Por quê?
Um pequeno estudo, feito em 2000, analisou 300 pacientes com alergia. Aqueles que tinham gatos escuros tinham quatro vezes mais chances de ter sintomas severos de alergia do que aqueles que eram donos de gatos mais claros. Outros estudos mostraram que os gatos machos também causam mais sintomas alérgicos do que as fêmeas – provavelmente por sua necessidade de marcar território.
Segundo especialistas, no entanto, esses estudos não foram conclusivos. Uma análise posterior, publicada no The Journal of Allergy and Clinical Immunology mostrou que a cor do gato não afetava a quantidade de substâncias que podem causar alergia produzidas.
A conclusão? Ainda não se sabe se a cor do gato afeta a quantidade de alergia que ele pode causar, mas machos, com toda a certeza, provocam mais sintomas do que as fêmeas.
Se você tem um gato e acha que tem alergia, tente evitar o contato com o bichano – se isso for difícil, como na maioria dos casos, procure um médico para que ele indique uma medicação apropriada, deixe o seu bichinho fora do seu quarto e tome banho com bastante freqüência.
[Hypescience]

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Poucas variações genéticas separam um dogue alemão de um bassê


Segundo um novo estudo, a diferença entre o nariz esmagado do Pug e o focinho estreito de um bassê depende apenas de um segmento pequeno de genes. Os resultados fazem parte da análise genética mais abrangente sobre cães domésticos e podem ter um impacto sobre a genética humana.
Graças a anos de cruzamento entre os cães, hoje eles são a espécie animal em terra mais variada fisicamente. O que os pesquisadores ainda não sabiam era se a diferença entre dogues alemães e chihuahuas se dá em muitas pequenas mudanças genéticas ou poucas grandes mudanças.
Os especialistas analisaram mais de 60.000 únicas alterações genéticas conhecidas como polimorfismos de nucleotídeo único em 915 cães. Havia representantes de 80 raças domésticas, 83 canídeos selvagens como lobos, raposas e coiotes, e 10 cães de aldeia egípcia (domesticados, mas de nenhuma raça em particular).
Os pesquisadores identificaram pedaços de DNA compartilhados entre cães da mesma raça. Eles descobriram que, enquanto os cães de raça pura tendiam a compartilhar grandes extensões de DNA com outros membros da sua raça, os cães selvagens e mestiços eram mais variados. Os investigadores então procuraram quais regiões variavam de raça para raça de acordo com características físicas específicas.
Ao contrário dos seres humanos, muitos traços físicos em cães são determinados por poucas variações genéticas. Por exemplo, um cão com uma versão de comprimento de focinho “A” pode ter um focinho longo e fino, enquanto a versão “B” confere um nariz mais padrão e a “C” um focinho anormalmente curto. Se X, Y e Z para o comprimento da perna contam com uma gama de alturas de curto a alto, um cão A/X teria focinho fino e pernas curtas como um bassê. O C/Y pode ser um buldogue, enquanto B/Z seria mais parecido com um labrador.
Apenas seis ou sete variações no genoma são necessárias para explicar cerca de 80% das diferenças de peso e altura entre as raças de cão. Esta mistura e combinação de pedaços de DNA é a forma como os criadores foram capazes de chegar a tantas raças diferentes em um período relativamente curto de tempo.
Os resultados podem ajudar os pesquisadores a entender características humanas, tais como altura, cor do cabelo, e peso corporal. A ideia é que a identificação de dezenas de regiões onde cães variam geneticamente entre as raças forneça indícios a respeito de onde os investigadores podem encontrar mutações importantes para a saúde humana e doenças.
Segundo os investigadores, entender as bases genéticas de características complexas nos seres humanos é difícil porque muitos genes diferentes podem influenciar uma característica em particular. Ter sistemas-modelo, tais como o de ratos e cães, é essencial para dar sentido a biologia. Por exemplo, mesmo que o câncer de cães e humanos seja diferente, as duas doenças podem ser muito semelhantes ao nível molecular, com os processos celulares que levam ao câncer de pele em cães, por exemplo, assemelhando-se as que conduzem ao cancro da mama nas mulheres


[Hypescience]

As baratas realmente podem sobreviver a uma explosão nuclear?


Baratas são um dos insetos mais durões que existem por aí. Além de assustarem até os marmanjos mais corajosos, elas são muito resistentes e há um boato que diz que elas poderiam sobreviver a um ataque nuclear. Será?
As baratas estão por aí a cerca de 300 milhões de anos, a muito mais tempo do que nós, o que mostra que seu “design” é de sucesso. A idéia de que elas poderiam sobreviver a uma explosão nuclear é plausível por causa da resistência dos bichos.
Elas podem ficar sem comer por cerca de um mês, se reproduzem rapidamente e em grandes números (o que é uma vantagem evolucionária que espécies como nós, que se reproduzem lentamente, não temos). As baratas também possuem alta resistência a radiação – mas isso só as ajudaria a suportar a radiação remanescente da explosão. Se uma delas estivesse próxima a explosão, ela seria torrada como qualquer um de nós.
Esses insetos também se adaptam a uma enorme variedade de condições e podem até desenvolver tolerância contra alguns tipos de veneno.
Então, pelo que sabemos, as baratas poderiam ser a única coisa viva a sobrar após uma explosão nuclear. Os Mythbusters, os Caçadores de Mitos da Discovery Channel, testaram esse mito em no episódio 97 e descobriram que as baratas poderiam sobreviver a 10 vezes a radiação que nós, humanos, agüentamos.
Mas uma espécie de besouro, conhecida como besouro-de-farinha, conseguiu superar a marca das baratas – então os caçadores detonaram o mito.
Mesmo assim, há cerca de 4mil espécies de baratas se esgueirando e correndo pelas cozinhas do mundo. Então mesmo que o mundo inteiro sofresse ataques nucleares, é bem possível que algumas delas ainda permanecessem intactas.


[Hypescience]

Pombos trazem micose que pode matar

Pombos trazem micose que pode matar. Perigo aumenta no verão

Temperaturas elevadas e umidade excessiva criam um ambiente propício para a maior incidência de casos de doenças transmitidas por animais de hábitos gregários (que vivem em bandos), como aves e morcegos. Uma das complicações que podem se tornar comuns nesta época do ano é a criptococose, mal que atinge o aparelho respiratório e o sistema nervoso central, podendo levar à morte.
“Esta é uma doença que tem se tornado cada vez mais incidente em grandes centros urbanos pela dificuldade de se controlar os hospedeiros do fungo. O hábito de alimentar pombos aumenta de forma descontrolada esta população. Os pássaros e aves criados em gaiolas e os galinheiros devem ser mantidos sempre limpos”, recomenda o médico veterinário responsável pela Divisão de Zoonoses e Intoxicações da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), Paulo Guerra.
Presente nas fezes desses animais, o fungo Cryptococus neoformans é transmitido ao ser humano pelas vias respiratórias. Os primeiros sintomas podem ser confundidos com os de uma alergia, como a rinite, ou com uma micose. Em poucas semanas, se apresenta como pequenos ferimentos na pele (ulcerações) e nódulos se formam nos pulmões, provocando sangramentos. No estágio mais avançado, quando ataca o sistema nervoso central, as convulsões passam a ser freqüentes. A doença acomete principalmente pessoas imunodeprimidas, ou seja, com baixa resistência.
Como não é de registro obrigatório nos órgãos sanitários, a doença não está classificada entre as que necessitam de maior atenção, a exemplo de outras de característica epidemiológica, como a dengue. “A criptococose também depende de cuidados que devem ser tomados em primeiro lugar pela própria população, a fim de se evitar as aglomerações destes animais”, aponta a infectologista Eletânia Esteves de Almeida, que acompanha o único caso notificado neste ano em Foz do Iguaçu (PR).
A operadora de caixa Regiane de Carvalho, 25 anos, está em tratamento desde fevereiro, quando apresentou os primeiros sintomas. “No começo parecia uma alergia. Sem o diagnóstico preciso, a doença foi tratada como um problema respiratório, até que precisei fazer uma biópsia”, conta. O laudo revelou que o fungo da criptococose já havia se instalado no pulmão esquerdo. A solução, neste caso, será a remoção de um terço do órgão atingido. A cirurgia está marcada para amanhã e o tratamento deve se estender por até um ano.
De acordo com Regiane, ela teria contraído a doença quando mantinha contato direto com as fezes de pombos no quintal de casa. “Todo dia, a garagem amanhecia toda suja. A primeira coisa que fazia era varrer tudo, sem me preocupar com a poeira que inalava”, lembra. Para evitar a contaminação, recomenda- se que, antes da limpeza, o local seja lavado. “A água impede que o fungo se espalhe pelo ar. Além disso, se sótãos e porões precisarem ser limpos, o correto é utilizar luvas e máscaras”, recomenda o veterinário Guerra.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Criação: Um filme sobre a vida de Charles Darwin

O próprio título do filme já é uma provocação, evocando a guerra entre o criacionismo e o evolucionismo. O poster acima é outra, evocando a conhecida imagem da Capela Sistina, mas trocando o homem por um orangotando, nosso primo primitivo.
A singular capacidade de observar e de experimentar de Darwinlevou-o a conclusões magníficas, que mudaram o rumo da ciência, desvinculando-a gradualmente dos dogmas religiosos e tornando-a essencialmente experimental: cada vez mais baseada em evidências e cada vez menos baseada na bíblia.
Mas suas vida era constantemente atormentada, cheia de tristezas, dificuldades e dilemas morais. E mesmo com muitos problemas ele foi o cientista mais influente do mundo até o momento.
O lado humanitário e cavalheiro de Darwin foi uma das coisas que mais me impressionou em sua biografia. Apesar de sofrer muito com a sua doença e ele foi muito ativo e generoso em sua comunidade. Apesar de ter chegado a ter 9 filhos, a perda de uma única menina o deixou completamente destruído.
Ele viveu várias décadas atormentado com a sua própria conclusão lógica de que a seleção natural, que descobriu, eliminava a possiblidade da existência de um Deus intervencionista que colocava animais sobre o nosso planeta quando lhe dava na telha.
Infelizmente ainda hoje há pessoas que negam a evolução, ignorando uma quantidade monstruosa de evidências científicas que atestam a sua inamovível credibilidade.
Tratando-se de Hollywood é difícil que o filme seja estritamente fiel à história deste grande cientista e humanitário, mas de qualquer maneira ele colocará em pauta o debate fundamental entre a evolução e o criacionismo e, talvez, ajude a converter alguns crentes.

Vejam o trailer, vale muito a pena:

[Hypescience]

Por quê, afinal, girafas têm pescoço longo?



Vamos transportá-lo de volta para as aulas de biologia do Ensino Médio. Se você prestou atenção às aulas sobre teorias evolutivas, o duelo entre as ideias de Lamarck e Darwin, talvez se lebre que o exemplo mais recorrente era sobre o pescoço das girafas. Lamarck dizia que, no passado, todas as girafas tinham pescoço curto, e ele foi esticando ao longo dos milhões de anos devido ànecessidade de alcançar folhas nas árvores altas para comer. Darwin, por sua vez, acreditava que existiram, desde o princípio, girafas de pescoço longo e outras nem tanto, e houve uma seleção natural que acabou eliminando as girafas “baixinhas” com o tempo, incapacitadas de alcançar folhas altas. Assim só as de pescoço longo se adaptaram, e puderam sobreviver.
Mas um estudo da Universidade de Pretória, África do Sul, está chegando à conclusão que o fato de haver pescoços mais ou menos longos em girafas não está relacionado com a altura das folhas nas árvores. O motivo, segundo eles, é devido ao sexo.
Isso mesmo: para fins de acasalamento e necessidade de atrair as fêmeas é que as girafas têm a necessidade de pescoço longo. Já se sabe que os machos disputam as fêmeas através de brigas com “pescoçadas”. Aqueles que têm pescoço mais longo levam vantagem e geralmente vencem, porque a cabeça funciona como um aríete, e a vantagem no comprimento é convertida em potência nos golpes. Assim, as fêmeas preferem os vencedores desses duelos de pescoço.
Uma girafa tem entre 4,5m e 5m de altura, e dois desses metros são apenas de pescoço. Assim, o Cérbero da girafa fica cerca de dois metros do coração, razão pela qual ela precisa ter um fortíssimo sistema para bombear sangue. Além disso, a maioria das espécies de girafas não perde tempo procurando folhas em árvores altas, as de árvores médias já as satisfazem. Assim, a teoria de que o comprimento do pescoço é fruto da procura por árvores altas sofre um abalo – ponto para a nova teoria do acasalamento que mostra outra face da teoria darwiniana: a seleção sexual. [New Scientist]

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Fidelidade Canina


Mozart e seu cão fiel 

Wolfgang Amadeus Mozart, grande compositor clássico, nasceu no dia 27 de janeiro de 1756, em Salzburgo, na Áustria. Extremamente importante, esse compositor do século XVIII, é considerado como um dos músicos mais famosos.
Foi em Paris, quando Wolfgang tinha sete anos, que suas primeiras obras publicadas apareceram.
Mozart teve vários anos de glória, sendo reconhecido por reis e rainhas de toda Europa.
No entanto, nunca soube lidar com dinheiro.
A exploração de sua bondade e genialidade musical logo surgiria por parte de grandes oportunistas.
Já casado, começou a ver sua vida desmoronar.
A mulher, abandonou-o.
A mãe, que tanto amava, adoeceu gravemente.
Mozart, sem dinheiro, vendia composições em troca de remédios para sua mãe, que faleceu após alguns meses. Triste e desiludido, Mozart caiu enfermo.
O único amigo fiel, seu cachorro, foi quem ficou ao seu lado até o dia de sua morte, em 5 de Dezembro de 1791. Mozart foi enterrado numa vala comum, em Viena.
Sua mulher, Constanze Weber, que estava em Paris, ficou sabendo da morte de Mozart e partiu para Viena afim de visitar o túmulo do marido.
Ao chegar lá, entrou em desespero ao saber que Mozart havia sido enterrado como indigente, sem que lhe dessem nem uma placa com seu nome como lápide.
Era dezembro (inverno europeu), fazia frio e chovia em Viena.
Constanze resolveu 'vasculhar' o cemitério à procura de alguma 'pista' que pudesse dizer onde Mozart fôra enterrado. Procurando entre os túmulos, viu um pequeno corpo, congelado pelo frio, em cima da terra batida.
Chegando perto reconhece o cachorro querido de Mozart.
Hoje, quem visitar Viena, verá um grande mausoléu, onde está o corpo de Mozart e de seu cachorro.
Foi por causa do amor desse animal de estimação que Mozart pode ser achado e removido da vala comum onde fôra enterrado.
Ele permaneceu com seu dono até depois do final.
Morreu junto ao túmulo de seu dono porque, sem ele, não poderia mais viver.